Arquitetura higienista
Saiba mais sobre essa estratégia de planejamento urbano que visa excluir ainda mais quem vive nas ruas da cidade.
Para pesquisadores do programa de pós-graduação em estudos urbanos e regionais da UFRN: “Quando a arquitetura se reveste de formas limitadoras – visuais, físicas e sociais – essa arquitetura é hostil”.
Padre Júlio Lancellotti quebrando pedras instaladas em viaduto da Zona Leste de SP. Reprodução: Casa Vogue
Ou seja, quando há a instalação de bancos curvos ou com braços, pedras embaixo de viadutos, grades, rampas e quaisquer estruturas que tenham como objetivo dificultar ou impedir o acesso da população em situação de rua a esses locais, estamos nos deparando com um projeto de arquitetura higienista.
Como o próprio nome sugere, a intenção desse tipo de design é “limpar” a cidade, limitando a presença de pessoas “indesejáveis”. Esse tipo de iniciativa só fortalece e incentiva os estigmas associados à população em situação de rua e, além disso, consolida a exclusão social.
Para muitos, afastar pessoas em situação de rua tornará a cidade mais segura, limpa e bonita. Portanto, ao invés de oferecer uma solução, seja essa permanente ou paliativa, a sociedade e o poder público preferem fazer vista grossa frente a uma realidade tão triste.
Fomentar desinformação, descaso e descriminação nunca será o caminho. A construção de barreiras concentras ou invisíveis não é capaz de camuflar uma das maiores dores do país: a desigualdade social. Por essa razão, acreditamos firmemente no nosso trabalho e seguimos firmes em nosso propósito.
Siga a SP invisível no Instagram, Facebook e TikTok.
Fonte: Nexo Jornal