Prefeitura confisca itens da população de rua
O caso foi denunciado pelo padre Júlio Lancellotti em suas redes sociais.
Reprodução: Padre Julio Lancellotti
Às vésperas dos 468 anos de SP, equipes da zeladoria da prefeitura de São Paulo confiscaram cobertores e colchões da população em situação de rua que estava situada na praça da Sé. A denúncia foi feita pelo padre Júlio Lancellotti, que divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostra o ocorrido.
Segundo a prefeitura, foram retirados apenas itens que impediam a circulação de pedestres e veículos:
São recolhidos objetos que caracterizam estabelecimento permanente em local público, principalmente quando impedem a livre circulação de pedestres e veículos, como camas, sofás e outros itens que não caracterizem como de uso pessoal.
Reprodução: streetmemoriesgallery
Essa triste realidade ilustra bem o tratamento que é dado a esse grupo. É um perfeito exemplo da aporofobia e das políticas higienistas em ação. A população em situação de rua é tida como indesejada, sobretudo nos grandes centros urbanos, e por essa razão é constantemente afastada ou enxotada desses locais.
São Paulo, a cidade mais rica do país, dona de uma economia aquecida e que possibilita uma grande movimentação no mercado de trabalho, possui inúmeras universidades e centros culturais porém não estende essa realidade a todos. A cidade que acolhe é a mesma que segrega. A cidade que oferece muito para uns é a mesma que priva outros tantos de uma vida digna.
Para a população em situação de rua, São Paulo é símbolo de fome, miséria, desemprego e falta de recursos básicos.
Siga a SP invisível no Instagram, Facebook e TikTok.
Fonte: G1